sábado, 25 de maio de 2013

UMA CONCURSEIRA DE VALOR

Um dia recebi um telefonema de uma aluna que vou chamar de L. , querendo minha opinião sobre o melhor órgão para trabalhar: TRT, TRF ou TRE, vez que havia passado nesses concursos, sendo chamada para tomar posse em dois deles e não sabendo qual escolher. Dei  minha opinião e meus parabéns pelos excelentes resultados.
L. me contou que nem tudo era alegria em sua vida, pois teria perdido seu esposo no mês anterior e ainda estava muito triste coma a perda tão precoce.
Só pude desejar-lhe muita força, já que a vida abre e fecha portas a todo momento, ressaltando que precisava continuar seu caminho, vez que tinha filhos pequenos para criar.
Na verdade L., aluna de longa data, já vinha tentando a algum tempo passar em concursos públicos, sempre aprovada, mas não classificada dentro do número de vagas.
Me recordo que anos anteriores L. , num intervalo de aula, contou-me ter sido babá e ao conhecer seu marido, este lhe incentivou a concluir seus estudos: fundamental (supletivo) e médio. A família de seu esposo tinha posses e não via com bons olhos tal relacionamento: ele já formado, profissional renomado, com um excelente emprego e de família ilustre; ela sem instrução, pobre e empregada doméstica.
Após alguns anos de casamento, já tendo L. concluído o ensino médio, a família de seu esposo perdeu seus bens e tempos depois, seu esposo perdeu seu excelente emprego.
Diante deste cenário só restou a L. estudar, estudar e estudar, nunca desistindo do tão sonhado cargo público, já agora real, mas solitariamente comemorado.
Passado algum tempo, encontrei com L. na rua e ela já estava cursando Direito em uma Universidade Federal, e no final de 2012,  para minha surpresa, uma aluna da turma do preparatório para o TRT, me trouxe a notícia de que L. agora seria uma juíza federal, muito bem sucedida.

A história verídica de L. , exemplo de esforço e resiliência humanas, dá a todos a certeza que as adversidades são passíveis de superação!
Cada um de nós há de viver a sua história, sustentável ou não.

Lílian Bessa



Nenhum comentário:

Postar um comentário